A dança, uma expressão da alma que transcende a mera estrutura física, é um diálogo fluído entre a funcionalidade e o movimento. É a habilidade da coluna vertebral em captar e responder a dualidades, a polaridades opostas, que torna alguém um leitor nato da dança, da vida em movimento.
Há uma dança de forças dentro de nós – o senso de peso que nos ancora na gravidade e a emergente força anti-gravitacional que se eleva em contraposição. Esta percepção de duas forças distintas é a base de nossa autonomia, do nosso movimento autêntico.
Entender os centros de gravidade é essencial:
G’ – o centro torácico – é a morada de nossa expressão superior, onde a cabeça, o tronco e os braços encontram ritmo e movimento no tempo.
G – o centro pélvico – é o compasso de todo o corpo, vibrando com melodia e pulsação.
Observamos que a dança da vida oscila entre esses dois eixos: o alto que comanda os braços através da sutileza dos músculos sub-occipitais (que auxiliam na extensão, flexão lateral e rotação do pescoço) e o baixo que coreografa as pernas, dependente da liberdade do sacro (o osso triangular localizado na base da coluna vertebral).
Existem dançarinos que deslizam pelo chão com sensualidade mas perdem a presença no movimento espacial; seus gestos desvanecem sem ritmo ou direção. Outros têm ritmo e espaço definidos, mas seus gestos carecem de fluidez e sensualidade.
A expressão plena do gesto nasce da integração dessas polaridades. Em cada movimento, é o equilíbrio entre os pólos que suporta a atividade e expressão do outro.
Assim, o movimento flui adaptável às mudanças, leve e fluente. 💃